TDAH – O que é isso?

Crianças desatentas, desconcentradas, impulsivas e irrequietas são um real desafio para a maioria das famílias e profissionais da educação que estão em contato direto com elas. Mas toda criança que apresenta alguns ou todos estes sintomas tem TDAH?

Sabe-se que algumas crianças são mais ativas que outras, e que criança que é criança de vez em quando fica agitada, tem dificuldade de se concentrar, gosta de pular e se distrai com mais facilidade, principalmente aquelas menores que estão se descobrindo e descobrindo o mundo. Mas a criança hiperativa é diferente. Elas se distinguem daquelas que tem o desenvolvimento dito normal devido à extensão e a intensidade em que apresentam determinados comportamentos com os sintomas descritos acima, apresentando-os de forma acentuada.

O TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – é um dos transtornos mais comuns, com uma prevalência mundial de 5,7% em crianças e adolescentes, segundo Planczyk, Lima, Horta, Biederman, & Rohde, 2007. É caracterizado por um conjunto de sintomas persistentes de desatenção e dificuldade de concentração, hiperatividade / agitação e comportamento impulsivo / impulsividade, causando diversos prejuízos em diversos setores da vida.

No contexto escolar, especificamente, muitas crianças têm dificuldades de manter a atenção em tarefas que exigem concentração, como execução de tarefas na carteira ou seguir instruções para realização de tarefas. Além destes, ainda, outros problemas acadêmicos estão associados à desatenção, tais como: habilidades deficientes nos estudos, cadernos, carteira, mochila e trabalhos desorganizados, além do baixo rendimento no desempenho nas avaliações escolares. Geralmente, devido à agitação e a impulsividade, perturbam as aulas com uma frequência alta, prejudicando o aprendizado dos colegas e o próprio aprendizado individual, falam sem permissão, conversam com os colegas fora do horário permitido, ficam zangados quando são reprimidos ou são confrontados e frustrados.

Além das questões acadêmicas, crianças com TDAH apresentam altas taxas de desobediência e de agressividade, apresentando ainda, níveis altos de perturbação no estabelecimento de seus relacionamentos com seus iguais. Estes comportamentos disfuncionais são persistentes e ocorrem nos mais diversos ambientes frequentados pela criança. Em casa, na escola, nos ambientes de lazer ou na rua os comportamentos tendem a se perpetuar, com características marcantes.

Especialistas distinguem três subtipos de TDAH que seguem descritos: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo, ou combinado, englobando sintomas de desatenção e hiperatividade. Os casos predominantemente hiperativos tendem a ter o diagnóstico mais precocemente, devido aos seus sintomas mais desestruturantes, no que tange ao ambiente, do que os com predomínio de desatenção que tem seus sintomas sobrepostos aos citados anteriormente.

Segundo Tisser, 2017, dados apontam que o diagnóstico preciso e o tratamento precoce das comorbidades resulta em um prognóstico mais favorável e comorbidades não tratadas levam a um pior prognóstico. Ou seja, quanto mais cedo for o diagnóstico e o tratamento de uma criança com TDAH mais favorável será a resposta da criança, da família e do meio em que a mesma vive e desenvolve suas atividades diárias. Com diagnóstico preciso realizado o psicólogo norteará condutas clínicas e terapêuticas objetivando reduzir os comportamentos disfuncionais, através do esclarecimento das dúvidas e angustias e de procedimentos planejados de acordo com a dinâmica e funcionamento de cada criança e família assistida, que serão somadas a avaliação médica (neurologista, psiquiatra) e procedimentos de outros profissionais.

As técnicas adotadas para tratamento serão baseadas em componentes como: idade, desenvolvimento, perfil neuropsicológico, cognitivo e psicossocial de cada criança. Devendo-se saber que em casos de TDAH o foco da intervenção será múltiplo, ou seja, haverá intervenção familiar, intervenção escolar e intervenção individual, com a criança.

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