RESUMO DA COP 27 POR ARTUR FRANCELINO
A COP 27 realizada no Egito esse ano no período de 06 a 18 de novembro, teve como uma premissa em destaque compensar financeiramente os Países em desenvolvimento e aqueles que são vulneráveis ás mudanças climáticas, na maioria das vezes promovidas pelos Países Ricos e Desenvolvidos e que acabam prejudicando os mais pobres. A expressão “Perdas e Danos”, foi bastante discutida pelos 190 países que participaram dessa conferencia e que só chegaram num consenso no dia 20 de novembro. Antes de relatar o consenso, acho interessante alguns entendimentos das discussões travadas durante mais de uma semana.
O que é a 'dívida do clima' que se tornou maior entrave de negociações da cúpula
As principais discussões entre os países na conferência envolvem definir quem pagará a conta pelos desastres relacionados às mudanças climáticas, como o desaparecimento de ilhas, secas e enchentes .
O Paquistão passou por uma das piores enchentes da história do país. A Índia enfrentou um calor que secou a água e destruiu as plantações. Enquanto isso, ilhas inteiras começam a desaparecer aos poucos com o aumento do nível dos oceanos.
Todos esses eventos catastróficos, alguns deles registrados nos últimos meses, estão ligados às mudanças climáticas — e atualmente não há dúvidas entre os cientistas de que a ação humana, com a emissão de gases do efeito estufa, está por trás de todas essas transformações no planeta.
A grande questão é que existe uma enorme diferença entre os países que mais poluem — geralmente as nações mais ricas — e aquelas que sofrem as consequências disso — na maioria das vezes, as mais pobres.
Como equalizar esse descompasso?
Segundo especialistas em mudanças climáticas duas frentes formadas na conferencia são a favor da Criação de um Fundo para atender aos países que sofrem como os efeitos severos das mudanças climáticas e necessitam de um apoio financeiro para ter alternativas de sobrevivência e ou adaptação em novos ambientes, isso ás vezes se faz necessário. Esse consenso não chegou num acordo até o dia 18 de novembro, sendo necessário mais duas rodadas de negociações postergadas para o domingo, dia 20.
Antes de concluirmos ás deliberações que ficaram acordadas na COP 27 no Egito, vou citar exemplos que vem ocorrendo no mundo, que os especialistas relatam ser pela ação humana, principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, promovidos pelos desmatamentos, poluições de combustíveis fosseis etc.
-Enchentes no Paquistão
4 de agosto de 2022 - 28 de agosto de 2022
-Derretimento da geleira Columbia, Alasca, nos EUA
28 de julho de 1986 - 2 de julho de 2014
-Encolhimento do Mar de Aral, na Ásia Central
25 de agosto de 2000 - 19 de agosto de 2014
-Seca no Lago Powell, Arizona e Utah, nos Estados Unidos
25 de março de 1999 - 13 de maio de 2014
-Desprendimento da geleira Pine Island, na Antártica
28 de outubro de 2013 - 13 de novembro de 2013
-Derretimento da geleira de Qori Kalis, no Peru
Julho de 1978 - julho de 2011
-Derretimento da geleira Muir, no Alasca
13 de agosto de 1941 - 31 de agosto de 2004
Então finalmente ás nações presentes na conferencia chegaram ao um acordo final, que na teoria foi muito positivo para os países pobres e em desenvolvimento.
Países entram em acordo para criação de fundo para danos em países vulneráveis
Informação é do jornal 'The Wall Street Journal'; fundo destinará dinheiro para eventos como elevação do nível do mar, tempestades graves e outros efeitos das mudanças climáticas.
Os representantes de governos dos mais de 190 países que participam da COP 27 fecharam um acordo neste domingo (20) para criar um fundo que pagaria pelos danos relacionados ao clima em países vulneráveis.
Além disso, uma nova cláusula estabelece com mais detalhes do que as versões anteriores da proposta os países que podem se beneficiar de um novo fundo proposto nas negociações climáticas no Egito.
O arranjo é uma vitória para países mais pobres, que pressionam pela mudança há anos. Segundo o jornal, o fundo destinará dinheiro para eventos como elevação do nível do mar, tempestades graves e outros efeitos que os cientistas vinculam à mudança climática e causam destruição repentina ou irreparável.
As economias desenvolvidas, que são responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa, sempre resistiram às compensações por receio de que, ao realizar os pagamentos, ficariam expostas a processos judiciais, tanto a governos como a empresas.
Finalmente uma esperança surge para a crise ambiental mundial, onde o Brasil tem papel de protagonismo nesse novo cenário com a mudança de postura do atual governo federal, que chegou a ameaçar sair da conferencia do clima, como fez os Estados Unidos á época de Trump, e que graças a Deus Biden colocou de volta e aqui também com o retorno de Lula e o papel que ele já exerceu na conferencia, isso nos alenta muito.
Ativista ambiental, Pós-Graduado Gestão Ambiental, Secretário Municipal de Meio Ambiente e Coordenador da Câmara Técnica do Meio Ambiente do Território Piemonte do Paraguaçu, Artur Soares Francelino (CREA:300005229)
Bibliografia:
The Wall Street Journal