Desde o ano passado, brasileiros interessados em comprar automóveis vêm reclamando em conjunto de um problema corriqueiro: a alta de preços que atinge o setor. De acordo com o Monitor de Variação de Preços da KBB Brasil, em 2021, automóveis usados ficaram cerca de 17% mais caros em comparação ao ano anterior, enquanto os veículos novos (0 km) chegaram a sofrer um aumento de 50% no preço. Mas quem são os vilões dessa alta de preços?
Conforme o empresário capixaba Flávio Corrêa Leite proprietário da 101 Motors, que é especialista em mercado automotivo,afirmou que, desde o início da pandemia, houve um aumento de várias matérias primas, como o alumínio, o cobre e o aço, o que acabou refletindo no custo dos carros.
Outro fator que contribuiu para esse aumento, segundo o empresário capixaba Flávio Corrêa Leite, foi a parada na produção de diversos componentes e também das montadoras, causada pela necessidade de lockdown durante a pandemia, o que levou muitas empresas a darem férias coletivas e causou uma desorganização nos estoques, especialmente de componentes eletrônicos. “Muitas peças, principalmente as que usam componentes eletrônicos, os semicondutores, tiveram uma retração na oferta e consequentemente aumento nos preços”.
Para Flávio Corrêa Leite, não há solução no curto prazo, pois o restabelecimento dessas produções [dos componentes], tão importantes para a fabricação dos carros de hoje, deve demorar, portanto não há chance de queda dos preços dos automóveis tão cedo.
Semicondutores
Em estudo divulgado pela Auto Forecast Solutions, consultora internacional no setor automotivo, empresas do mundo todo deixarão de fabricar cerca de 1,25 milhão de veículos em 2022 por causa da falta de chips eletrônicos, que equipam o transporte, mais conhecidos como semicondutores.
Flávio Corrêa Leite tem conhecimento destes dados e acredita que os preços não melhorarão em curto espaço de tempo. “Percebo que não haverá uma melhora significativa nos próximos meses por causa da crise dos semicondutores. O preço deve sofrer leve redução, mas nada tão milagroso. Mas acredito que com a normalização destas situações, a deflação acontecerá já no ano que vem”.