Pesquisadora realiza estudos sobre Cervídeos da Caatinga utilizando amostras fecais de veados

(Isabel Lima, faz doutorado na UNESP,  faz parte do Núcleo de pesquisa e conservação de cervídeos - Nupecce)

Com intuito de estudar a distribuição e a ocorrência de espécies de veados da Caatinga, a pesquisadora Isabel Luiza de Melo Nunes Freire Lima, doutoranda do Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos (NUPECCE), da Universidade Estadual Paulista, percorrerá praticamente todo o Nordeste em busca desses mamíferos, passando pelas 8 ecoregiões do bioma, em 20 Unidades de Conservação. Entre outros objetivos do estudo, está a definição da distribuição do veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), principal espécie de cervídeo que ocorre na região da Caatinga, e também, de outras espécies de veados que possivelmente possam ocorrer no local. 




Sendo assim, a Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra do Orobó, localizada entre os municípios de Itaberaba e Ruy Barbosa, é um dos pontos de coleta contemplado pela pesquisa inédita na Caatinga, que é considerado um dos biomas menos estudados em termos de distribuição de fauna. Este estudo contou com o apoio do Secretário do Meio Ambiente de Ruy Barbosa, Arthur Francelino, que dispôs toda a logística necessária e uma equipe preparada para viabilizar o desenvolvimento do estudo na região. 

A pesquisa tem como principais protagonistas, a pesquisadora Isabel e a Nicks. Nicks, por sua vez, é uma cadela que faz parte também do NUPECCE, e exerce um papel fundamental no trabalho. Com a ajuda de Nicks, a pesquisadora terá uma ideia se os veados estão realmente nos locais onde procura registrar sua ocorrência. E assim, saber se tem veados ou não naquela área, só a Nicks poderá ajudar a desvendar esse mistério. E você deve estar se perguntando, mas como? 





Treinada em canil que prepara cães detectores de dispersão como os da Polícia Militar, da Polícia Federal, e do Corpo de Bombeiros, a cadela farejadora Nicks tem a missão de encontrar fezes de cervídeos, que graças em parte ao seu trabalho e de muitos outros cães que já fizeram parte do grupo de pesquisa, tem ajudado os pesquisadores do NUPECCE a desvendar a distribuição das diversas espécies de cervídeos existentes no país. Essa metodologia, estabelecida desde 2002 pelo coordenador do NUPECCE Prof. Dr. José Maurício Barbanti Duarte, tem sido imensamente utilizada nos trabalhos de campo do grupo de pesquisa, que dentre diversas buscas científicas utilizando o cão farejador, já conseguiu definir a ocorrência de diferentes espécies de cervídeos nos biomas brasileiros utilizando somente amostras fecais. 

A amostragem genética não-invasiva, como definem os pesquisadores, tem como objetivo utilizar as fezes como alternativa e fonte de informação acerca da ecologia dos cervídeos, dada pela dificuldade de encontrar esses animais na natureza. Nessas amostras, os pesquisadores extraem o DNA do animal, e com essa informação, eles fazem a identificação da espécie. Utilizando técnicas de biologia molecular, e unindo às informações da ecoregião referente do estudo, pode-se estimar a distribuição destas populações considerando o processo histórico que possa estar relacionado com a disposição geográfica atual das espécies, abundância e a preferência do seu habitat. O levantamento dessas informações realizado no trabalho da pesquisadora é extremamente relevante para gerar subsídios na implementação de políticas públicas que visam a conservação das espécies de cervídeos na região da Caatinga.






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