Itaberaba é pioneira no plantio de cacau no Médio Paraguaçu



A Fazenda São José, localizada às margens do Rio Paraguaçu, no município de Itaberaba (divisa com o município de Iaçu), é pioneira no plantio de cacau “especial” na região do Médio Paraguaçu, com 5 variedades da planta, pesquisadas e desenvolvidas pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira(Ceplac), distribuídas em 18 hectares de terra com mais de 20 mil pés.

Segundo estimativa do produtor e proprietário da Fazenda, o engenheiro agrônomo, Nixon Duarte, de 58 anos, a primeira colheita está prevista para ser realizada em aproximadamente 1 ano (2019), quando as plantas estarão com mais de 2 anos de idade e deverão produzir cerca de 20 toneladas do fruto.

A colheita do cacau se inicia a partir do 2º ano. Do 2º ao 4º ano, os frutos podem ser colhidos praticamente durante o ano todo. A partir do 5º ano, as colheitas são feitas em dois períodos: safra (novembro a fevereiro) e temporão (abril a agosto). Segundo Nixon, as variedades plantadas em sua fazenda produzem cerca de 30 a 40 por cento a mais rápido que em outras regiões por razões climáticas e adaptação genética.

“O cacau plantado aqui é totalmente diferente de lá do sul. No sul, a umidade relativa do ar é muito alta, aqui é baixa, com isso muitas das doenças que afetam a cultura não afetam a lavoura. O maior problema do cacau são as doenças”, afirma o produtor que completa, “o cacau aqui precisa de duas coisas: sombreamento e quebra-vento e isso nós temos de sobra. A falta d’água, que seria um limitador da região também não existe, porque o rio está logo ali”.

Para o seu pleno desenvolvimento, as lavouras da Fazenda São José utilizam a técnica de sombreamento com mogno e mamoeiro, quando o mais comum é o sombreamento feito com bananeira. A irrigação das lavouras é realizada através bombeamento da água do Rio Paraguaçu que fica a pouco mais de 150 metros da área plantada.

Ele conta que, após a sua iniciativa pioneira, muitos outros produtores já se mobilizaram e começaram também a plantar cacau na região, de olho no potencial econômico que a cultura cacaueira traz, como matéria-prima para a confecção de diversos outros produtos da cadeia produtiva. “Eu acho que o cacau já é uma realidade aqui em Itaberaba e na região, porque, Depois que eu comecei com aqui, um vizinho, ali, plantou 15 hectares, outro, lá plantou mais 15”, disse Nixon, apontando ao longe as lavouras vizinhas.

Segundo o produtor, a Ceplac vem acompanhado de perto a ação empreendedora do Médio Paraguaçu e já trabalha na perspectiva de de investir na região do semi-árido com incentivos para o plantio de cerca de 60 mil hectares. “A Ceplac, já percebeu o potencial de produção e está querendo sazonar a cultura de cacau irrigado na região o que certamente vai abrir linhas de crédito para quem quiser investir na produção de cacau”, informa o produtor.

Para Fabrício Martinez, secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (Seagri), a notícia é altamente positiva e vem para coroar o trabalho sério e comprometido do Governo Cidade de Todos, principalmente na agricultura. “Estamos muito felizes e vamos, agora, trabalhar ainda mais para que consigamos, o mais rápido possível, sazonar e zonear (ambientalmente) a cultura cacaueira em Itaberaba e em toda a região do Médio Paraguaçu. No que depender de Itaberaba, do prefeito Ricardo Mascarenhas, o cacau tem tudo para ser um sucesso maior ainda”, disse o secretário.

Nixon Duarte participará da 2ª ExpoVale, que será realizada em Itaberaba, entre os dias 23 e 25 de março, expondo o seu projeto pioneiro, no Estande da Seagri no Parque de Exposições de Itaberaba. O evento é uma realização da Prefeitura de Itaberaba, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio (Seagri), em parceria com o Sindicato Rural de Itaberaba (SRI).


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