Jovens participam de projeto de Educação Ambiental na Agricultura Familiar em Quixabeira

Aulas com metodologia participativa e fomento à reflexão crítica são alguns dos destaques do projeto

Com objetivo de estimular a agricultura familiar com foco sustentável, 150 jovens com idade entre 16 e 29 anos, provenientes de 38 municípios, participam do projeto Educação Ambiental na Agricultura Familiar: fortalecendo e potencializando a ação da juventude do campo baiano. Em Quixabeira, na região Centro Norte do Estado, a Escola Família Agrícola de Jaboticaba é uma das três unidades que vem realizando as atividades do projeto na Bahia.

Agroecologia, educomunicação, elaboração de projetos sociambientais e metodologias participativas, são os módulos do projeto, uma iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), que contempla a juventude de municípios com predominância de economia agrícola, de baixa renda e que possuem pequenas unidades produtivas ainda com pouco acesso à assistência técnica e ao crédito rural. Como é o caso da estudante Lívia Araújo, ela destacou que os temas trabalhados em sala de aula e na prática em campo, possibilitaram conhecimentos relevantes sobre a questão ambiental do bioma em que vive. “Com as atividades aprendidas posso levar diversas práticas para dentro da minha comunidade, orientando até meus pais sobre como cuidar das plantas e da minha propriedade”, explicou.

A relação horizontal entre professor e aluno também foi apontada pelos jovens como um ponto positivo do projeto, o que reflete na autonomia para compartilhar seus conhecimentos. "Cada etapa do curso contribui para o nosso lado pessoal e profissional, já que aprendemos novas informações, organizamos nossas ideias e temos a liberdade de expor o que sabemos", reforçou Kelly Magalhães, também aluna da Escola Família Agrícola de Jaboticaba.

Gisele Ramos, técnica que ministrou o módulo de educomunicação, explica que o intuito é fazer com que, a partir de uma análise dos meios de comunicação de massa, os alunos passem de receptores a produtores de conteúdo, além de fomentar uma visão geral das interferências e enfrentamentos que poderão melhorar os lugares onde vivem. "Quando o jovem olhar para a educação ambiental, vai buscar o que causou o problema e como poderá intervir para solucionar", confirmou.

O projeto é dividido em duas metas, uma é a formação em educação ambiental para jovens filhos de agricultores familiares, alunos de Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), e a outra, a implementação de projetos e campanhas educomunicativas envolvendo comunidades rurais. Michele Rios, Coordenadora da diretoria de educação ambiental para sustentabilidade da Sema e uma das responsáveis pela iniciativa, explica como este projeto pode trazer benefícios para essas comunidades. “A formação dos jovens foi pensada com o objetivo de formar agentes populares em educação ambiental, ou seja, jovens multiplicadores que estarão atuando nas comunidades e replicando conhecimentos e processos educativos que possibilitarão à comunidade refletir criticamente o ambiente, produzindo intervenções e enfrentamentos para as questões ambientais de cada local”, ratificou.


O Projeto

O projeto Educação Ambiental na Agricultura Familiar tem como principal objetivo o fomento à sustentabilidade na agricultura familiar a partir de processos educativos e intervenções socioambientais que incentivem a incorporação de práticas produtivas sustentáveis e que estimulem a reflexão/transformação das relações sociais e de produção no campo. A formação acontecerá em cinco módulos presenciais, nos meses de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, com um total de 160 horas, sendo cinco turmas com 30 participantes cada.

Os módulos contemplam as temáticas Elaboração de Projetos Socioambientais e Metodologias Participativas, Agroecologia, Educomunicação e Cadastro Ambiental Rural. “Com uma proposta de ensino que trabalha a reflexão crítica e participação, as Escolas Famílias Agrícolas estimulam uma visão de mundo mais ampla, resistindo ao ensino tradicional, priorizando e valorizando as relações do campo”, explica a coordenadora do projeto, Michele Rios.





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